O legado de Londres 2012


As Olimpíadas de Londres estão chegando e a cidade está preparada há meses para receber os Jogos. A tocha Olímpica já saiu da Grécia, como é de costume, no dia 18 deste mês e chegará a Londres em 21 de julho, onde será preparada para a cerimônia de abertura dos Jogos que ocorre dia 27 de julho.
Depois deste, daqui a quatro anos, o evento será sediado aqui no Rio de Janeiro em 2016, e a questão que não quer calar é: nosso país conseguirá chegar a tal patamar? Que lições podemos tirar disso?
Em menos de dois meses saberemos como a capital da Inglaterra mostrará todo seu potencial em sediar um evento tão importante quanto as Olimpíadas. Os organizadores dizem que estão hoje como sonhavam estar há quatro anos, durante a fase inicial de construções. Obras foram feitas, regiões revitalizadas, transporte facilitado e segurança reforçada. A região de Stratford, no leste de Londres, por exemplo, foi totalmente transformada – prédios abandonados, lixões e desmanches de carros deram lugar a um Parque Olímpico com construções modernas e novos marcos para a cidade.
Entretanto, nem tudo são flores, londrinos desgostosos com o fato de as Olimpíadas serem no seu país pretendem protestar no decorrer do evento. O argumento deles é o de que Londres já é considerada uma cidade global e, por isso, não seria necessária a afirmação da metrópole como tal; de certo o que ocorrerá quando a Olimpíada for sediada. Um deles afirmou que as olimpíadas significam a destruição de seu lar e da sua comunidade, pois foi uma das pessoas removidas do local onde morava, para dar lugar ao principal pólo dos Jogos 2012. Para eles, mega-acontecimentos como a Copa do Mundo e a Olimpíada "são muito sedutores e difíceis de se opor." e que quando os brasileiros receberem as Olimpíadas em 2016, casos sejam contrários ao evento no País, se organizem para exigir que os governos se comportem e enfrentem a Fifa e o Comitê Olímpico Internacional para uma coisa que a maioria não quer. Porém, isso é muito difícil de ocorrer.
Tanto Londres quanto o Rio estão investindo bastante em estruturas temporárias, que podem ser parcialmente ou inteiramente desmontadas após a Olimpíada para serem possivelmente usadas em outro local. Além disso, aqui, já existem projetos específicos para as Olimpíadas que compõem o Programa de Aceleração do Crescimento, e incluem obras fundamentais, como instalações esportivas, o centro de mídia, a Vila Olímpica, a vila de árbitros, além da segurança, saneamento e transporte específico para a área dos Jogos. Mas o resto seria feito independentemente de Olimpíada. O fato de a cidade ter abrigado ou estar se preparando para abrigar outros eventos de grande porte – Jogos Panamericanos, Jogos Militares Mundiais, Copa do Mundo, Copa das Confederações, além da conferência Rio+20 e da visita do papa Bento 16 programada para o ano que vem - também tira o peso da Olimpíada como único fator gerador de regeneração e investimentos em obras.
Será mesmo que o Rio pode esperar esse tipo de transformação? Transformações não só nas estruturas mas na mentalidade da população em relação a um evento internacional que trará tanto o aumento do turismo como também dos empregos e da renovação do setor hoteleiro, benefícios indiretos para a cidade. Resta saber, se tais investimentos valerão a pena, e se as instalações construídas serão reaproveitadas depois.

Por Vitória Pratini

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