Teoria da conspiração ou aproveitamento?


                                                                  Juliana Oswald 

Muito se tem dito sobre as manifestações que estão acontecendo no Brasil. Com o uso de hashtags como Vemprarua e Ogiganteacordou, a população brasileira foi incitada a comparecer às ruas e fazer valer o a democracia e a cidadania. O já esperado era que acontecesse situações de repressão da Polícia Militar e que, infelizmente, se confirmou. Da mesma forma, não se esperava o apoio das mídias - o que nos primeiros atos realmente não aconteceu. Porém, em um guinada, jornais, portais onlines e programas televisivos passaram a não só mostrar as manifestações, como defende-las. Nada errado até agora, a não ser pelo poder de certos canais abertos que, ao retratarem as passeatas, não dize da truculenta ação da polícia e se limitam - e clicherizam, ao chamar quase tudo de vandalismo. Juntamente, como em uma das hashtags mais famosas do movimento, o Gigante acordou - e se vestiu com a bandeira do Brasil. Da mesma forma, partidos de esquerda foram praticamente linxados das manifestações, que brada, fortemente, à bandeira apartidária. 

Qualquer pessoa que tenha aprendido história sabe que o ressentimento que vive no coração dos brasileiros, que insatisfeitos com a política, com a cidade, com empregos e muitas outras coisas, quando adicionado ao movimento extremamente nacionalista - que, vá lá, parece ter virado moda cantar o hino nacional do país e o apartidarismo não pode resultar em coisas boas. Foi usando desses artíficios que pessoas como Hitler convenceram seu povo de certa ideologia. Talvez essa reflexão toda seja um pouco de Teoria da Conspiração, mas não é irônico que a elite paulistana, claramente PSDB, tenha aproveitado o momento e divulgado petições para a redução da maioridade penal ? Da mesma forma, o PPS e sua propaganda chamando todos para lutar contra a inflação que, para o partido, não é a economia que a regula, e sim a presidência. Assustadoramente, muitos já falam em Impeachment de Dilma Roussef e outros mais radicais e - terrivelmente, são mais de sete mil, clamam por um Golpe Militar em 2014. Já se foi até organizado uma nova Marcha da família com Deus pela liberdade, sim, com o nome da mesma organizada em 64 quando o presidente com viés esquerdista João Goulart anunciou as reformas de base.   Conspiração ou não, nós, brasileiros, não podemos deixar que tomem conta de uma luta nossa e a distorçam em prol de seus interesses elitistas. 

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