Assembléia mostra o estado do campus Maracanã após incêndio

Reunião de Conselheiros Universitários termina após protesto de estudantes contra inversão da pauta

Nesta quarta-feira, foi feita uma reunião extraordinária do conselho universitário para discutir o que será feito após o incêndio que atingiu o campus Maracanã, no último domingo. De acordo com a Prefeitura Universitária, o fogo não afetou a estrutura do prédio do Pavilhão João Lyra Filho, apesar de duas vigas terem sido prejudicadas pelas chamas.

Na sessão, o prefeito ainda disse que as primeiras impressões feitas por Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Empresa de Obras Públicas e Instituto de Criminalística Carlos Éboli foram unânimes em afirmar que a estrutura do bloco F/A está segura, ao contrário que afirmou reportagem do jornal “O Globo”. As interdições feitas nas áreas atingidas são apenas para fins de limpeza e acesso às salas danificadas.

Em relação ao trânsito de funcionários, docentes e alunos, há a permissão de entrada para os servidores e alunos envolvidos em pesquisas e iniciação científica nas áreas não prejudicadas. O prazo de restabelecimento das aulas continua sendo na próxima segunda-feira, dia 8, quando estará instalada rede de energia provisória para o bloco F/A. As atividades de laboratórios nessa área estão suspensas.

Apesar dos órgãos de sindicância ainda não terem liberado os laudos, foi descartada a possibilidade de faísca vinda de uma solda, que estava no quinto andar, ter causado o incêndio. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o foco foi na SR-1, área mais danificada, onde a temperatura atingiu mais de 1000 °C, e o incêndio teria começado isoladamente por volta das 10h30 da manhã de domingo.

Já o Departamento de Saúde e Segurança do Trabalho, o DESSAÚDE, confirma que as mangueiras e os extintores, utilizados para combate ao fogo, eram do ano passado e que a pressão da água era suficiente para conter o incêndio. No dia, diversas mangueiras apresentaram furos e a pressão da água era fraca, o que dificultaria apagar as chamas se os bombeiros não fossem acionados com rapidez.

As sub-reitorias, principais áreas danificadas no acidente, estão em trabalho de recuperação de documentos e operam em instalações provisórias. O evento UERJ Sem Muros foi adiado por tempo indeterminado, sendo remarcado numa reunião na próxima semana, e o 1º turno das eleições foi postergado para os dias 6, 7 e 8 de novembro.

Diversas entidades se manifestaram em relação à ajuda financeira a Universidade. A Secretaria Estadual de Educação está disposta a descentralizar recursos para a reforma da área prejudicada. Também pode vir verba da FAPERJ, órgão de fomento das universidades estaduais, e de uma provável linha de apoio da FINEP e do CNPq. Estima-se que o gasto necessário para a recuperação seja de 10 a 12 milhões de reais.

Ao seguir da reunião, o conselheiro do Corpo Discente Guilherme Pimentel fez pedido de uma carta de satisfações à sociedade em relação a situação da Universidade e foi negado pela mesa diretora da sessão. Também foi anunciado protesto do Corpo Discente na próxima terça-feira, dia 9, às 10h30, no Campus Maracanã.

Logo em seguida, ao propor a inversão da pauta, deixando a discussão relativa ao incêndio para o final, a mesa foi alvo de protesto dos alunos que assistiam à sessão. Foi feita uma votação entre os membros do conselho, autorizando a mudança.

Devido a votação do conselho, em que muitos membros não estavam presentes, os alunos evacuaram o auditório e continuaram o protesto na parte externa, dirigindo-se a ante-sala dos conselheiros. Em seguida, a sessão foi interrompida pela entrada dos estudantes, em protesto, contra a decisão da mesa. O reitor suspendeu a reunião e vai retomá-la na próxima semana.

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