Tortura. Impunidade. Jornalismo. (?)

Há seis anos, o jornalista Tim Lopes foi capturado, torturado e morto por bandidos da Vila Cruzeiro, zona norte do Rio de Janeiro. O jornalista fazia uma reportagem sobre venda de drogas em bailes funk , quando foi descoberto. Dos nove acusados de terem participação no crime, seis foram presos e os outros mortos pela polícia. O chefe da quadrilha, Elias Maluco, recebeu pena de 28 anos e meio de prisão.

E eis que anos depois, jornalistas voltaram a ser torturados, desta vez por integrantes de milícias na comunidade do Batan, em Realengo. A equipe do jornal “O Dia”, juntamente com um morador do local, foi descoberta pelos milicianos, quando faziam um reportagem especial para o jornal. Eles alugaram uma casa na comunidade para poder averiguar o cotidiano dos milicianos no controle da região.

O “Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio” e a “Federação Nacional dos Jornalistas” (Fenaj) promoveram um ato de repúdio e indignação ao seqüestro e tortura dos jornalistas do Dia, exatamente no mesmo dia que é lembrada a morte de Tim Lopes.

Também hoje foi realizada uma missa em homenagem ao jornalista, no Largo da Carioca, às 14 horas. Outra também está prevista para acontecer às 18 hs na Igreja Messiânica Mundial, na Gávea.

Afinal, jornalistas podem e devem ser "espiões"? Os riscos valem a pena? É jornalismo investigativo ou mero sensacionalismo? Os tais jornalistas foram treinados e preparados para bancar agentes secretos? E se tivessem morrido? Mais uma vez, os riscos valem a pena?

E qual o papel do estado em relação a isso? A profissão de jornalista está condenada a ser sempre o porta-voz da população sem nenhum retorno? Nós continuamos esperando que estas perguntas sejam respondidas, e que casos como esses, em que o poder paralelo toma conta das páginas policiais, sejam extintos de vez.


0 comentários:

top