Em 2001 o The Strokes surpreendeu o então estagnado mundo da música com o disco Is This It, que deu a banda o status de salvação do Rock. Uma década depois, o quinteto novaiorquino tenta provar que ainda tem gás para se reinventar.
O álbum Angles, lançado em março deste ano, dividiu a opinião da crítica e dos fãs. Grande parte do público esperava ver Julian Casablancas e cia. repetindo as fórmulas que deram certo em Room On Fire e temia que o disco fosse tão preguiçoso quanto seu predecessor.
Mas qualquer fã da banda que dedicar a esse novo trabalho uma audição livre de grandes expectativas conseguirá perceber que se trata de um álbum acima da média. Todas as características que consagraram o Strokes estão lá, como os riffs bem trabalhados, as linhas simples de bateria e o vocal cheio de efeitos de Casablancas. Só que o grupo ousou arriscar para não acabar no “mais do mesmo”.
Repleto de referências oitentistas, teclados de New Wave e influências das carreiras solos de alguns dos integrantes, Angles marca a primeira mudança significativa na sonoridade do quinteto, o que é algo positivo.
A canção Under Cover Of Darkness, primeiro single do cd, traz o Strokes clássico, que estamos acostumados o ouvir. Em Two Kinds Of Happiness somos apresentados a sintetizadores que nos remetem a décadas passadas . Já em Gratisfaction, o clima festivo e os coros eufóricos chegam a lembrar Queen. O ponto alto do disco é a faixa Life Is Simple In The Moonlight, onde temos a dose certa de psicodelia e melancolia para fechar bem o disco.
Em Angles, o Strokes deu início a novas experimentações que podem não agradar ouvintes mais conservadores. Claro que, em alguns momentos, o disco parece um tanto confuso, mas a banda fez o que PRECISAVA fazer. Afinal, nada como renovar suas influências para não correr o risco de se repetir para sempre.
Por João Vitor Figueira
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