'Tropa de Elite', um caso de polícia

Cópia do filme é pirateada antes mesmo de sua versão ser finalizada pelos produtores


Inevitável. Assim pode ser definida a situação envolvendo umas das maiores produções cinematográficas da história do cinema brasileiro. O filme “Tropa de Elite”, de José Padilha, chegou aos camelôs do Rio de Janeiro antes mesmo de ser lançado nos cinemas nacionais.

A primeira exibição do filme está prevista para acontecer na abertura do Festival do Rio, no dia 20 de setembro, e a estréia nos cinemas, no dia 05 de outubro. No entanto uma versão inacabada, segundo o diretor, foi roubada e entregue nas mãos da pirataria. Diversas cópias podem ser compradas nas ruas da cidade ou baixadas pela internet, através de programas de compartilhamento de arquivos.

O filme já virou uma verdadeira febre. Blogs e comunidades sofrem uma avalanche de comentários, todos elogiando muito a produção de Padilha, o mesmo diretor do elogiado documentário “Ônibus 174”. Porém, o cineasta afirma que a versão pirateada não é a final do filme e, sim, um dos cortes (edição) iniciais. Padilha afirmar já ter passado da décima.

“É como se você fosse um escritor e as pessoas estivessem lendo o rascunho de seu livro”, disse o diretor em entrevista para a “Folha de S. Paulo”.

José Padilha também disse que as investigações estão sendo realizadas e que o responsável pelo roubo será preso. A produtora do longa-metragem possui registro de todos que tiveram acesso à cópia do filme. Há a suspeita de que um policial tenha feito a intermediação entre a pessoa que roubou e a pirataria, “o que comprova a tese do filme”, segundo o diretor.

Esta não foi a primeira vez que a equipe de “Tropa de Elite” foi alvo de um roubo. Durante as filmagens, ladrões abordaram uma van que transportava um carregamento de armas cinematográficas e levaram todo o equipamento, causando um enorme prejuízo e paralisando as gravações por duas semanas.

O filme é baseado no livro “Elite da Tropa”, de André Batista, Rodrigo Pimentel e Luiz Eduardo Soares, em que é contada a história do Batalhão de Operações Especiais do Rio (BOPE), e em depoimentos de 12 policiais envolvidos em operações do batalhão. O longa-metragem custou 10,5 milhões de reais para ser produzido e teve seu financiamento realizado através de benefícios oferecidos pelas leis de renúncia fiscal.

O filme
Osso duro de roer

O filme tem um ritmo alucinante. O diretor José Padilha conseguiu retratar de uma forma nua e crua a realidade do Batalhão de Operações Especiais do Rio (BOPE). A trama se desenvolve em torno da formação de dois policiais, Neto e Matias, que prezam pela honestidade e desejam crescer dentro da corporação.


O ator Wagner Moura (Saneamento Básico – O Filme) interpreta o Capitão Nascimento, chefe do batalhão do BOPE. O personagem vive uma encruzilhada, ao assistir o nascimento de seu primeiro filho e sentir que devia deixar de fazer parte do grupamento.

A atuação do ator é impecável. Wagner Moura protagoniza cenas violentas, com diálogos extremamente fortes. Consegue encarnar muito bem o personagem e mostrar como é a personalidade de um integrante do BOPE. Frio, calculista e impiedoso.

Os aspirantes Neto, interpretado por Caio Junqueira (Zuzu Angel), e Matias, vivido pelo estreante André Ramiro, estão apenas começando suas carreiras dentro da corporação. Dentro dela, se deparam com a corrupção e a cooptação com o crime organizado. Ambos tentam fazer a diferença, cada um ao seu modo.

A atriz Fernanda Machado, que participa de seu primeiro longa-metragem, encarna a estudante Maria, que se envolve com traficantes a partir de uma ONG sediada em uma favela. Sua personagem mostra como jovens de classe média alta acabam se envolvendo com o crime organizado por causa do consumo de drogas.

Esta pode não ser a versão oficial do filme, mas se o diretor José Padilha conseguir melhorá-la, será um gênio. O longa-metragem está muito bem produzido e tem todas as possibilidades de repetir o sucesso de “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles, no exterior. O fato de o filme ter vazado para a internet e para as mãos da pirataria não será suficiente para impedir o seu êxito nas bilheterias do cinema.

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu assisti o filme pelo google vídeos .Deu vontade de ser do BOPE!
=)

Unknown disse...

VontaDe de seR du BOPE éH poKo..
Meu paiii eH BOPE..
eLe faLa que éH bem lOko..
mais eh mTu arriscado i eLi nOm qué issO pra mim.
mais eoH qUero ser do BOPE..
=]

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