Futebol negócio; clube empresa

O caso de Leandro Amaral, que saiu brigado do Vasco para o fluminense e voltou após longa briga judicial, chama atenção para a situação do futebol contemporâneo. Aquela velha história de amor à camisa se tornou utopia: jogadores deste tipo são raridades...é um Marcos ali, um Rogério Ceni acolá, e nada muito além.

Hoje em dia os jogadores dão muito valor ao dinheiro, e apesar de ser até saudosista nessa questão considero que eles não podem ser exageradamente recriminados, pois o futebol se tornou um negócio – dos grandes – e os times: empresas. Assim como os empregados de grandes empresas de outros setores os jogadores devem ter o direito de mudar de clube quando uma oferta melhor lhes é feita. No fim, assim como em qualquer profissão, o empregado deve colocar na balança e avaliar se os trocados a mais farão valer a pena trocar de empresa.

Leandro Amaral talvez tenha sido mal orientado por seu empresário, aliciado pelo fluminense, ou simplesmente se desentendeu com Eurico Miranda e quis ir embora – o que é bem provável, considerando o histórico de jogadores que entraram na justiça contra o clube durante sua gestão – porém, não se pode negar que ele errou. Não ao querer jogar em um clube que pagaria melhor e disputaria a competição mais importante da América do Sul, mas ao querer reverter um contrato assinado por ele mesmo. Quanto ao Vasco, acertou em tentar fazer valer a justiça; de quebra, ainda conseguiu reforçar o plantel com um jogador valioso.

Nesse ‘futebol negócio’, em que jogadores priorizam o financeiro, beijam o escudo de todos os clubes por onde passam, dizem que nunca jogarão em certos times (o que na prática não acontece) e não valorizam nem a seleção brasileira, os clubes não devem mais formar uma equipe de jogadores com amor à camisa – até porque não daria pra formar uma de futsal – mas, como uma empresa, procurar os funcionários mais competentes.