Por: Daniela Ferrari
O fogo se alastrou rapidamente, já que o isolamento acústico da boate era feito com material inflamável, ocasionando uma fumaça preta e tóxica. Além de sofrerem com asfixia, principal causa das mortes, muitas pessoas foram pisoteadas, segundo testemunhas, no meio do tumulto e desespero para chegar até a única saída da boate.
A tragédia deixou dezenas de feridos em estado grave, até agora, 236 mortos e muitas famílias inconsoláveis.
Porém, toda essa tragédia poderia SIM ter sido evitada. Com saídas de emergência, extintores de incêndio, respeito ao número máximo de pessoas que a casa comporta e o não uso de artefatos pirotécnicos, já que o isolamento da boate era altamente inflamável.
O pior de tudo é saber que estamos constantemente sujeitos à tragédias como essa. No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, 209 estabelecimentos foram fiscalizados e destes, apenas 10 estavam totalmente regularizados, 127 foram interditados, 52 multados e 20 notificados.
Agora, será que se não tivesse acontecido esse incêndio em Santa Maria, essa fiscalização teria acontecido? Acho que não.
É impressionante que uma fatalidade dessa tenha sido necessária para começarmos a pensar na nossa vida e na vida do próximo. É importante ressaltar que os estabelecimentos não foram fechados porque seus donos assim quiseram. Foram fechados porque os órgãos públicos disseram que não havia condições para permanecerem abertos. Nem todos se conscientizaram, mesmo depois do que aconteceu. É inadmissível colocar lucros acima de vidas.
E a única coisa que as famílias das vítimas querem é justiça, mesmo que não possa trazer vidas ou curar machucados... Aliás, é o que todos nós queremos, afinal, nos apossamos dessa dor, porque como eu disse, poderia ter acontecido com qualquer um de nós.
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