Afinal, quem é essa garota?!

Ela é apenas uma menina de 13 anos, mas em pouco mais de duas semanas, com a ajuda da Internet, conseguiu algumas façanhas no mundo do showbusiness como: ter um vídeo clipe com de 60 milhões de exibições no Youtube (mais do que o dobro de “Born This Way” da Lady Gaga), ter seu primeiro single no top 100 da maior loja de música virtual da Internet (o iTunes) e ter seu nome, quase que diariamente, entre os assuntos mais comentados no twitter. Esta é Rebecca Black, mas afinal, quem é ela e de onde ela surgiu?!

O número de críticas negativas ao trabalho de Rebecca Black é proporcional a dimensão do alcance de sua música. A canção “Friday”, talvez até merecidamente, vem sido chamada na Internet de “A pior canção pop de todos os tempos”. Bem, ninguém pode dizer que ela não fez por onde para alcançar tal demérito. “Friday” usa e abusa de todos os clichês, utilizando da pior forma, as desgastadas, porém, bem sucedidas fórmulas da música pop. Com uma letra infantil e um refrão grudento e repetitivo, Rebecca fala em acordar, ir pra escola e esperar a sexta-feira para sair com as amigas, cantando com uma voz fanha trabalhada no auto-tune versos como: “Ontem foi quinta, hoje é sexta – estamos tão animados! Amanhã é sábado, e domingo vem logo depois…”. O vídeoclipe também não fica atrás. A produção fuleira, cheia de efeitos visuais de gosto duvidoso e chroma keys mau utilizados, faz o vídeo ser cômico, mesmo não sendo esta a intenção original dos produtores. Você chega até a cogitar a possibilidade de se tratar de um vídeo de humor do Saturday Night Live.

O single de Rebecca Black foi produzido por uma empresa de Los Angeles chamada Ark Music Factory. A proposta desta gravadora é simples: tentar fazer com que filhos de pais esperançosos se tornem popstars por um preço acessívelA cantora, contou em entrevista ao programa “Good Morning America” que chorou ao ler tantas crítiticas negativas em relação ao seu trabalho. Hoje, se tornou impossível dizer se “Friday” é odiada por causa de seu sucesso ou se só é famosa porque é odiada.

Mas é esta a grande questão. Há muito tempo sabemos que sucesso pode independer de talento, vide os ex-BBBs e as efêmeras celebridades instantâneas da Internet. Se o mercado fonográfico aceita tanto os talentosos quanto os não-talentosos do mesmo jeito, porque não deixar que a adolescente desfrute do sonho de se tornar uma estrela. A banalização do conceito de “celebridade”, no final das contas pode ser uma boa.

Há mais de 50 anos atrás, Andy Warrol profetizou: “um dia, todos terão direito a 15 minutos de fama”. Resta a Rebecca Black arcar com as consequências.

Por João Vitor Figueira

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Confira abaixo o clipe de "Friday":